Precisam de um pouco de atenção e cuidados, e em troca dão muito mais. São a memória da cultura popular, sabem de cor canções, loas, usos e costumes tradicionais. Estão prontos para passar tudo isso de viva voz às outras gerações.
Mobilizar os cidadãos, as instituições e toda a comunidade para o bem-estar e a melhoria da qualidade de vida dos mais seniores, sobretudo aqueles que estão dispersos no território e não têm retaguarda familiar, é o objetivo do projeto Caminhos para a Vida, que mereceu o Prémio BPI “la Caixa” Rural.
Para o Centro Social Paroquial S. Geraldo de Carrapatas, promotor do projeto, VIDA tem um V de valorização, um I de interajuda, um D de dignidade e um A de amor.
O apoio domiciliário está na base do Caminhos para a Vida, com duas abordagens distintas.
Por um lado, garantir os cuidados médicos, de enfermagem e psicológicos, e a toma rigorosa e em segurança dos medicamentos. Para isso, o centro tem no terreno um programa piloto, em parceria com uma farmácia local: a farmácia prepara semanalmente toda a medicação de cada um dos utentes, organizando-a para as tomas diárias numa embalagem hermética. Isto permite que as equipas técnicas ganhem tempo precioso na visita aos seniores, para usar na atenção que lhes dedicam.
Por outro lado, o projeto quer valorizar as experiências de vida dos seniores e fazer deles canais vivos de transmissão de cultura. O Caminhos para a Vida conta com o voluntariado de jovens, que vão envolver os seniores em atividades culturais e até nos seus projetos jornalísticos, como um jornal e um programa de rádio. Os testemunhos de vida e de usos e costumes são história e memória cultural que não só não deve ser perdida, como enriquece as novas gerações.
Todos ganham: uns ficam mais ricos, outros ultrapassam o isolamento e dão sentido ao envelhecimento, sentindo-se valorizados e úteis.
O projeto pretende, assim, manter vivas as aldeias e vilas de baixa densidade e aproximar cuidados de saúde e cuidados sociais dos cidadãos. Todos são mobilizados para um compromisso de saúde biopsicossocial para a terceira idade combatendo, ao mesmo tempo, as consequências da desertificação dos territórios.
Precisam de um pouco de atenção e cuidados, e em troca dão muito mais. São a memória da cultura popular, sabem de cor canções, loas, usos e costumes tradicionais. Estão prontos para passar tudo isso de viva voz às outras gerações.