Pessoas com deficiência física ou doença mental a praticarem desportos náuticos pode parecer impensável, mas não é. A experiência tem mostrado bom resultados que importa ampliar. Com as adaptações devidas, a sensação de liberdade de navegar no Tejo, a remo ou à vela, está ao alcance de todos.
ANLisboa- Tejo Para Todos, assim se chama o projeto da Associação Naval de Lisboa que foi distinguido com o Prémio BPI Fundação “la Caixa” Capacitar, vai reforçar o plano de atividades do Remo e da Vela para pessoas com doença crónica física e mental.
Já com experiência nas atividades adaptadas, a Associação Naval de Lisboa concorreu ao Prémio Capacitar com o objetivo de adquirir uma embarcação para remo adaptado e, assim, poder alargar o número de atletas e de aulas na modalidade adaptada.
A nova embarcação proporciona uma maior estabilidade e equilíbrio, fundamentais para a prática do remo por pessoas com comprometimento físico e, sobretudo, por pessoas com doença mental, com menor capacidade de atenção.
O prémio vai servir também para fazer obras nas instalações sanitárias dos atletas de vela adaptada, permitindo a circulação de cadeiras de rodas e as condições necessárias para o apoio aos praticantes.
Se na modalidade de vela a associação já tinha embarcações adaptadas, no remo é a primeira vez que pode proporcionar essa segurança e, com isso, fazer crescer o número de atletas com necessidades especiais a praticarem remo.
Numa organização virada para as competições náuticas, o projeto Tejo Para Todos foca-se noutro objetivo: proporcionar a pessoas com dificuldades motoras e mentais o usufruto do rio e uma atividade física regular, diferente da oferta que habitualmente existe para estas pessoas. Mas se a vontade dos atletas for competir, não faltam oportunidades. A alegria e o entusiasmo, a melhoria da postura e o aumento da atenção dos praticantes, são a mais valia que este programa vem dar.
Para as atividades adaptadas de Remo e Vela, a associação conta com a monitorização de voluntários, que se juntam ao corpo de professores das duas modalidades. Nos casos em que é necessário, os voluntários acompanham os praticantes dentro da embarcação.
Na mochila cada um tem que trazer calçado e roupa adequada e o protetor solar. Todos têm que aprender a respeitar os equipamentos e, sobretudo, a força do Rio. Depois, descendo ou subindo, a remo ou à vela, o Tejo é para todos.