Há bolachas que nem precisam de açúcar. São bolachas com vida por dentro, feitas com dedicação e entusiasmo por quem quer quebrar barreiras, mostrar capacidades, vencer novos desafios. As mensagens que essas bolachas trazem é que adoçam a massa.
As Bolachas Co(n)vida estão prestes a aparecer no mercado. É um projeto da APPACDM – Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Albergaria-a-Velha, uma das instituições vencedoras do Prémio BPI Fundação “la Caixa” Capacitar.
O Centro de Atividades Ocupacionais da APPACDM tem por missão promover e maximizar o desenvolvimento da autonomia pessoal e social dos utentes com deficiência mental, através de atividades socialmente úteis que valorizem as suas competências. A qualidade de vida destes utentes passa pela integração comunitária, respeitando as suas características e necessidades individuais.
Bolachas Co(n)vida é um projeto lúdico e estimulante para promover competências de inclusão na sociedade. Fazer bolachas já era uma atividade de que os utentes gostavam muito. Agora vão fazê-las para venda na comunidade.
Mas os pacotes de bolachas que vão ser produzidos não são apenas pacotes de bolachas. Cada um traz uma mensagem selecionada e escrita por estes novos pasteleiros, uma mensagem inspiradora baseada nas suas próprias vidas.
As Bolachas Co(n)vida vão ser vendidas a empresas e ao público em geral em feiras, mas a associação quer apresentar o projeto também nas escolas, de forma a promover a inclusão.
Com o Prémio Capacitar, a APPACDM de Albergaria-a-Velha vai adaptar uma sala, comprar uma carrinha para a venda ambulante, contratar um profissional para coordenar a confeção, e adquirir equipamento de promoção e vestuário adequado.
Entre utentes, colaboradores e voluntários, muitas pessoas vão estar envolvidas nesta resposta às necessidades dos utentes que não conseguem frequentar a formação profissional. O Bolachas Co(n)vida dá a essas pessoas a oportunidade de estarem integradas e desenvolverem as suas capacidades, mas com o acompanhamento de que necessitam.
Os novos pasteleiros vão ter prazos a cumprir e contactos com os clientes, o que estimula o seu envolvimento e entusiasmo nas novas tarefas.
Já está ligado o forno onde vai crescer a massa da autonomia, da autoestima e do sentido de pertença à comunidade.